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quinta-feira, 5 de julho de 2012

A Enfermidade Na Vida Do Crente. Lição 2 - Subsídio para Lição Bíblica – 3º Trimestre 2012



A Enfermidade Na Vida Do Crente.

Durante meu ministério tenho orado por pessoas enfermas que por graça de Deus ficaram sãs.Entretanto, muitas delas continuaram doentes, e alguns chegaram a morte, entre elas minha própria mãe que faleceu há quase 10 anos e uma tia recentemente, acometidas de enfermidades e males irreversíveis.

Nos dados mostrados pela pesquisa do IBGE constatou que 22,2% do país está inserido nas crenças das igrejas de missão e pentecostais, dentre outras que pregam o evangelismo. O salto de 6,8%, em relação ao levantamento do ano 2000, se torna ainda maior se voltarmos ao ano de 1940, quando os evangélicos entraram na pesquisa e apareciam apenas com 2,6%. Ou seja, em pouco mais de 70 anos, cresceram 20,4%. Hoje já somos 22,2% da população brasileira.

É importante entendermos que a proporção de evangélicos nos hospitais acompanha o crescimento de evangélicos no país. As doenças não fazem distinção religiosa.

Como é possível um cristão genuíno ficar doente? Absolutamente, é mais que possível. É natural.

Para muitos evangélicos no Brasil, os crentes só ficam enfermos e não são curados por falta de fé em Deus. Entretanto apesar do ensino popular de que a fé em Deus nos cura de todas as enfermidades, os hospitais e clinicas estão cheias de evangélicos de todas as denominações. 

Será que podemos afirmar que todos, sem excluir ninguém, estão passando por algum tipo de enfermidade por que pecaram contra Deus e ficaram vulneráveis a ação dos demônios e não têm fé suficiente para ter a saúde restabelecida?!

Este é o motivo que muitos evangélicos que estão acometidos de enfermidades, ou têm amigos, parentes evangélicos que adoeceram, entram numa crise de fé. Muitos decepcionados com sua falta de melhora, ou com a perda de crentes fiéis, passam a não crer mais em nada e alguns abandonam suas igrejas e o próprio evangelho, em contrapartida outros passam a serem marcados pelas incertezas e dúvidas.

A Teologia Do Sofrimento.
É imprescindível que o crente fiel terá em sua caminhada terrena provações, lutas e flagelos, isso não podemos negar; é fato declarado e constatado nas Escrituras Sagradas.

O Sofrimento Humano Segundo A Bíblia

Os escritores denunciam o sofrimento como à inevitável consequência do pecado original. Ressalta o teólogo americano A.R.Crabtree:

“O pecado sempre acarreta o reconhecimento da culpa e a justiça da punição do pecador. A culpa significa que o pecado cometido merece censura e punição”

Se Adão e Eva buscavam a onisciência (que só Deus pertence). Perderam por completo a inocência, vendo-se, a partir daí, obrigados a conviver com uma consciência culpada, que jamais deixou de acusá-los devido a sua desmesurada soberba. 

Além de arcarem com todo o peso de seu pecado, deixaram aos seus descendentes uma herança que se multiplicaria em lamentos inconsoláveis. Como escapar a esse legado?

Certa vez um historiador assim resumiu a vida do ser humano: “Nasceram, sofreram, morreram”. Em apenas três palavras, todo sumário de nossa existência. Como o apostolo Paulo disse para os filósofos na Grécia antiga e pleno areópago: “Por ele vivemos e nos movemos e existimos. Somente Cristo nosso Senhor pode arrancar-nos a este sofrimento.

O sacrifício de Cristo nos livra do poder do pecado, isto não quer dizer que perdemos a capacidade de pecar ou que nossa natureza pecaminosa deixou de existir após a nossa conversão a Cristo, assim também o sacrifício vicário de Jesus concede a possibilidade de cura física, mas sem significar que, uma vez salvos em Cristo, não podemos pecar mais sofrer enfermidades ou que Deus nos curará sempre de toda doença.

E importante saber que na eternidade não teremos mais a possibilidade de pecar, pois nossa natureza pecaminosa terá sido destruída, também não ficaremos doentes, pois teremos nossos corpos glorificados. (I Cor 15.51-54)
Estamos sujeitos ainda a pecar por que até agora temos a natureza pecaminosa que herdamos da queda. Da mesma forma, porque ainda temos esse corpo cheio de limitações decorrentes da queda, estamos sujeitos a enfermidades durante a nossa vida na terra.

Portanto, como filhos de Adão, todos estamos sujeitos as enfermidades aqui na terra; mas, como filhos de Deus por adoção através de Cristo, todos os que crêem sabem que nunca mais estaremos sujeitos a elas na Eternidade (Ap 21.2-5).

1- O Sofrimento No Antigo Testamento.

Nas escrituras hebraicas, ãwen é uma das palavras mais usadas para descrever o sofrimento em suas diversas manifestações: tristeza, vazio, mal. A palavra é utilizada também para qualificar outras coisas tidas como extensão do sofrimento humano: idolatria e iniqüidade.

Encontramos inúmeros exemplos de homens e mulheres de Deus que sofreram enfermidades. Por exemplo, o profeta Eliseu segundo (2Rs 13:14) “ estando Eliseu padecendo da enfermidade de que havia de morrer.

O grande servo de Deus Isaque, que sofria de vista quando ficou velho, a o ponto de não saber distinguir entre Jacó e Esaú conforme esta em (Gn27:1).
Temos ainda o caso de Jó, que diretamente e indiretamente os teólogos foram instigados abordar o sofrimento do justo, a partir do livro que tem o seu nome.

Ele mesmo sendo justo, fiel e temente a Deus, foi afligido durante vários meses por uma enfermidade, que a Bíblia descreve como infligida por satanás, com a permissão de Deus (Jó 2:7-8).

Além do mais, o pecado de seus três amigos– Elifaz, Bildade e Zofar – consistia em atribuir as enfermidades e todos os males que sobrevieram á Jó. Um suposto pecado oculto do patriarca, por que, na teologia equivocada deles, um crente realmente “sincero, reto e temente a Deus” e que “desviava-se do mal” não poderia, de forma alguma, ser atingindo por tais calamidades, como sabemos, eles estavam absolutamente errados.

Mesmo assim ainda hoje, a despeito do testemunho bíblico, a teologia dos amigos de Jó ainda é muito influente entre muitos cristãos.

Resultado de uma teologia pós – moderna e triunfalista. Destacando essa crise de interpretação bíblica que vivemos hoje, como já abordei no comentário da lição anterior.
Além destes exemplos citados acima, temos o Salmo 73, no qual o levita Asafe questiona a Deus diante da prosperidade do ímpio e da aparente infelicidade do justo. Já no Salmo 37, o tema é tratado de forma a mostrar que a prosperidade dos malvados é apenas aparente.

 2- O Sofrimento Novo Testamento.

No Novo testamento esta é a palavra grega que designa o sofrimento: pathema.

Na versão corrigida de Almeida, é traduzida por “aflição”. Utiliza-a Paulo na segunda epístola a Timóteo: Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, caridade, paciência, perseguições e aflições tais quais aconteceram em Antioquia, em Icônio e em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou” (2 TM 3.11).

Dos relatos que o apóstolo faz as suas tribulações a angústias, principalmente no capitulo II da segunda epístola aos Coríntios, não há como negar a força e a significância do vocábulo pathema.

A palavra também encontrada em Hebreus 10.32, e em Primeira Pedro 4.13. No primeiro texto, o autor sagrado exorta aos seus leitores a se lembrassem dos dias passados, mos quais experimentaram grandes e intensas aflições, inclusive o espólio de Deus a alegrar-se no fato de sermos participantes dos sofrimentos de nosso Senhor Jesus Cristo.

Indiscutivelmente, o maior exemplo de sofrimento, não somente das escrituras, mas de toda a história, foi O filho de Deus.
No compêndio da nova aliança temos também inúmeros exemplos a citar: O de Timóteo, que o próprio apóstolo Paulo recomendou- lhe um remédio caseiro por causa de problemas estomacais e enfermidades frequentes: “Não continues a beber somente água: usa um pouco de vinho, por causa do teu estomago e das freqüentes enfermidades” (1Tm 5:23).

No final de seu ministério Paulo registra a doença de um amigo por nome de Trófimo, que ele mesmo não conseguiu curar: (2 Tm 4:20).
Em (Fp 2:26-27) fala de Epafrodito que estava angustiado porque adoeceu mortalmente: Deus porém se compadeceu dele e também do apóstolo Paulo que foi consolado.
  
O próprio Paulo padecia do que chamou “espinho da carne”, que apesar dele suplicar a Deus através de suas orações, Deus não atendeu, e o apóstolo continuou a padecer desse mal (2 Cor 12:7-9).

Existem várias opiniões quando á natureza desse espinho, a mais defendida e que tem a maior probabilidade de está correta, é que se tratava de oftalmia crônica (Problema sério na visão), que se tratava da mesma enfermidade da qual ele padeceu em Gálatas (Gl 4:13-14), pois logo em seguida Paulo diz “ dou testemunho de que, se possível fora, teríeis arrancado os próprios olhos para mos dar” (Gl 4:15). A letra normalmente grande de Paulo (Gl 6.11) talvez se devesse á visão fraca. Talvez fosse essa a razão por que ditava suas cartas à ajudantes.

No seu ministério terreno Jesus respondendo aos seus discípulos no episódio da cura do cego de nascença, se opôs a essa teologia absurda de que todo tipo de sofrimento seria resultado direto do pecado pessoal (Jo 9.1-5). Ele também disse que no mundo tereis aflições (Jo 16.33).

3- O Sofrimento Na História Da Igreja.

Na história da Igreja nem mesmo cristão que tinha destaque e contribuíram para a propagação do evangelho escaparam das doenças e dos males. João Calvino era um homem acometido com freqüência de várias enfermidades.

Edward Irving, chamado pai do movimento carismático, grande pregador que acreditava que Deus estava restaurando na terra os dons apostólicos, inclusive o da cura divina. Ainda jovem, contraiu uma doença fatal. Morreu doente, sozinho, frustrado e decepcionado com Deus.

Mais recentemente morreu John Wimber, fundador do movimento da videira e do entendimento moderno sobre “sinais e prodígios”, ele acreditava que pela fé em Cristo o crente jamais ficaria doente. Morreu em 1997 de câncer na garganta.

 No Brasil lideres de cura pela fé tem ficado doentes, poderíamos citar inúmeros exemplos destes que defendem esta teologia. Que buscam corrigir defeitos de ordem patológica com médicos e especialistas nos maiores centros médicos do Brasil e do mundo, não parece uma contradição?

Homens que defendem a cura pela fé, que defendem que podemos determinar através desta fé a nossa cura ou a nossa total prosperidade, e que ensinam que crentes não podem ficar doentes. Retirando toda soberania e poder de Deus e transferindo para o ser humano.

4- O Sofrimento Segundo a Filosofia

No terreno da filosofia não encontraremos unanimidade quanto á origem e ao propósito do sofrimento; é problema que o saber especulativo ainda não logrou resolver. Em cada cabeça uma opinião; em cada época, uma tendência que, por mais inovadora, sempre acaba por recair num entediante mesmismo.

A preocupação da filosofia.
Embora não conte com a revelação divina, conforme a encontramos na Bíblia, a filosofia não ignora ter sobrevindo o mal sobre a humanidade em consequência de algo terrível cometido contra Deus.

 Todo este sofrimento, porém, é revertido quando o homem recebe Cristo como Salvador de sua vida. Somente Ele pode anular os efeitos do pecado sobre nosso ser. E esta possibilidade, infelizmente, a filosofia nem sempre reconhece, pois, desprezando a revelação divina, apega-se doentiamente a uma razão viciada e cega.

5 - Origens Das Enfermidades

As enfermidades podem ter sete procedências. Elas podem ser:

1) Decorrentes diretamente de comportamentos nosso.(abusos com alimentação, estilo de vida).
2) Resultado de fatores genéticos.
3)Fruto de forma geral, das circunstâncias naturais a que estamos sujeitos neste mundo. (epidemias e ferimentos em acidentes).
4)Resultado de ação maligna.
5) Uma sentença divina.
6) Ou um mal de origem psicossomática.( Estresse, angústias, depressão etc.).
7) Efeitos naturais do envelhecimento do corpo.

6- Como Lidar Com As Enfermidades Á Luz Da Bíblia

Ter em mente as verdades Bíblicas, reconhecendo que, é uma realidade que as enfermidades fazem parte de nossa vida neste mundo.

O Cristão sincero deve esta consciente de que Deus pode curá-lo se houver fé em Jesus para curar, por que Ele pode fazer de imediato ou muito tempo depois de se buscar a sua presença buscando e pedindo um milagre. Não deixando também de buscar também um tratamento clínico.

 Há ainda crentes que pensam que tomar medicamentos e ir aos médicos é sinal de falta de fé. Terrível engano! Uma cosia é não ter fé, e outra bem diferente é Deus não curar pela sua soberana vontade.  

Constatada e diagnosticada a doença, espera-se que o crente em Cristo peça primeiro a Deus a intervenção divina, mas se esta não acontece, ele deve procurar naturalmente um tratamento clínico.

Lembrando que Deus pode usar os métodos naturais de tratamento para operar a cura. O próprio Jesus asseverou que os doentes precisam de médicos (Lc 5.31). Deus também usa médicos para abençoar pessoas.

Concluindo, Deus sabe o que faz, Ele faz o que quer. Se em nossa vida, desencadeia alguma tormenta, tem esta um imensurável valor pedagógico.  
O Nosso Deus está sempre perto não importando a experiência dolorosa que vivemos, Ele nos ama e tem consolações tremendas para conceder em meio ás crises em nossas vidas.

Termino com a frase do Pastor Claudionor de Andrade;

"Das crises, forja o Senhor Jesus os seus santos."
Oh! Maravilhosa graça!

Por Ev. Jailson Trajano
Paulista 04 de julho 2012.

Bibliografia

ANDRADE, Claudionor de – Jó – O problema do sofrimento do justo e o seu propósito. RJ – CPAD, 2002.

PENTECOSTAL Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD 1995.
COELHO Alexandre, DANIEL Silas. Vencendo as aflições da via. Rio de Janeiro, CPAD 2012.

HALLEY, Manual Bíblico de – Nova Versão Internacional. SP – Editora Vida,2011.

ZUCK, Roy B. – Teologia do Antigo Testamento. RJ – CPAD, 2009.

NICODEMUS, Augustus. O Ateísmo Cristão e outras ameaças à Igreja. SP – Mundo Cristão, 2011.

CHAVE Palavras, Bíblia de Estudo Hebraico e Grego. RJ – CPAD, 2011.


Acesse nossas postagens com os nossos subsídios para lições da EBD deste trimestre nos links abaixo: 

Lição 1 - No Mundo Tereis Aflições.

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